O Exército Brasileiro, em uma medida preventiva e sem precedentes, adaptou instalações no Comando Militar do Planalto, situado no Quartel General em Brasília (DF), para acomodar potenciais detenções do ex-presidente Jair Bolsonaro e de militares sob investigação em um inquérito que apura alegações de uma conspiração com intenções golpistas. Essas informações emergiram a partir de uma reportagem veiculada pela coluna Radar, da revista Veja.
A necessidade de preparação para tais prisões foi destacada por uma fonte militar, que apontou a importância de uma infraestrutura adequada, especialmente considerando o status dos indivíduos envolvidos e a expectativa de inspeções pelo Supremo Tribunal Federal (STF) subsequente às detenções. Este cenário se desdobra no contexto da Operação Tempus Veritatis (“A hora da Verdade”), deflagrada pela Polícia Federal, que visa elucidar os contornos e os responsáveis por trás do suposto plano golpista. O plano, conforme investigações, incluía a captura de figuras chave do cenário político e jurídico brasileiro, entre eles os ministros do STF Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes, assim como o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
Figuras proeminentes no universo militar e político, como os generais Braga Netto, Augusto Heleno, e Paulo Sérgio Nogueira, que serviram como assessores de Bolsonaro, estão entre os investigados. A operação também emitiu mandados de busca e apreensão contra ex-líderes das forças armadas, incluindo o ex-comandante do Exército, Paulo Sérgio Nogueira, e da Marinha, Almir Garnier Santos, além de mandados de prisão para os coronéis Bernardo Romão Corrêa Netto e Marcelo Costa Câmara, e o tenente-coronel Rafael Marins de Oliveira, todos militares ativos.