O programa de descontos para carros populares, anunciado em junho, será encerrado antes do prazo inicialmente previsto. O anúncio foi feito nesta sexta-feira (7) pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Geraldo Alckmin.
Segundo Alckmin, 125 mil veículos foram vendidos através da iniciativa, que ofereceu descontos de R$ 2 mil a R$ 8 mil para carros de até R$ 120 mil. O programa, que consumiu R$ 650 milhões dos R$ 800 milhões previstos para a modalidade, foi avaliado positivamente pelo ministro, que o considerou como um “fôlego à cadeia automotiva”.
As montadoras mais beneficiadas pelos descontos foram a FCA Fiat Chrysler, Volkswagen e Renault, que receberam, respectivamente, R$ 230 milhões, R$ 100 milhões e R$ 90 milhões. Hyundai, GM, Peugeot Citroen, Nissan, Toyota e Honda também tiveram participação significativa.
Contudo, apesar do aparente sucesso, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, salientou que “não há mais espaço fiscal” para a ampliação da iniciativa. Os R$ 150 milhões restantes do programa serão utilizados para compensar a perda de arrecadação em impostos causada pelo desconto no preço final dos veículos.
Enquanto o programa para carros populares encerra suas atividades, as ações para caminhões, ônibus e vans seguem até setembro, conforme o prazo original de 4 meses. Para estes veículos, o crédito é concedido com a retirada de veículos antigos das estradas.
“Esse vai mais devagar porque você tem que adquirir um ônibus ou caminhão e retirar [outro] de circulação”, explicou Alckmin.
Apesar das dificuldades apontadas pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), relacionadas à demora dos departamentos estaduais de trânsito em dar baixa nos veículos antigos, o vice-presidente afirmou que o Plano Safra 2023/2024 deve ajudar na venda de máquinas agrícolas, como tratores. No total, o programa liberou R$ 1,8 bilhão para baratear o preço dos automóveis zero, principalmente carros populares e frotas de caminhões e ônibus menos poluentes.
Lançado com a promessa de reoneração do diesel em R$ 0,11, a partir de setembro, o programa ainda recebeu recursos adicionais de R$ 300 milhões, oriundos do aumento dos impostos em mais R$ 0,03 por litro de diesel, a partir de outubro.