Em comunicado enviado aos sindicatos, o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos declarou que não dará seguimento às negociações por reajuste salarial dos professores federais, atualmente em greve, e estipulou a necessidade de assinatura de um acordo até a próxima segunda-feira (27).
“A proposta final do governo já foi apresentada, não havendo margem para novas contrapropostas”, afirmou a pasta na mensagem distribuída na terça-feira (21). Essa resposta foi direcionada ao Andes (Sindicato Nacional dos Docentes de Instituições de Ensino Superior), que decidiu manter a paralisação na segunda-feira (20).
A proposta do ministério, enviada no dia 15, oferece um reajuste de 4,5% ao ano para 2025 e 2026. No entanto, os servidores demandam aumentos a partir deste ano, pedindo readequações de 7,06% em 2024, 9% em janeiro de 2025 e 5,16% para 2026.
Em nota, o Ministério da Gestão esclareceu que a comunicação por e-mail às entidades representativas dos docentes teve como objetivo reafirmar o entendimento entre as partes envolvidas.
Por outro lado, o Ministério da Educação (MEC) declarou estar sempre aberto ao diálogo franco e respeitoso para a valorização dos servidores.
A postura do governo Lula (PT) tem gerado insatisfação entre os grevistas. “A mensagem do Ministério da Gestão demonstra uma enorme intransigência no processo de negociação, além de desrespeitar a dinâmica da greve”, criticou Gustavo Seferian, presidente do Andes.
Seferian acrescentou que, se a categoria decidir por uma nova contraproposta, essa será apresentada no dia 27 de maio, minimizando o ultimato do ministério liderado por Esther Dweck.
Os membros do sindicato consideram que a atitude do governo fortalece o movimento grevista e enfraquece o discurso pró-educação da administração petista.
Professores de universidades, centros de educação tecnológica e institutos federais em todo o país iniciaram a greve em 15 de abril. Além do reajuste salarial, eles exigem investimentos nas instituições, devido ao sucateamento promovido pelo governo anterior de Jair Bolsonaro (PL).
Desde o início da greve, mesas de negociação com participação do MEC e do Ministério da Gestão têm ocorrido, mas todas as propostas do governo foram rejeitadas pelos educadores.
Segundo o Andes, ao menos 31 instituições federais estão com aulas suspensas — 26 universidades, quatro institutos federais e um centro tecnológico.
Instituições em greve
- Instituto Federal do Sul de Minas Gerais (IFSULDEMINAS) – campi Pouso Alegre e Poços de Caldas
- Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS) – campus Rio Grande
- Instituto Federal de São Paulo (IFSP)
- Universidade Federal do Rio Grande (FURG)
- Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG)
- Instituto Federal do Piauí (IFPI)
- Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB)
- Universidade Federal de Brasília (UnB)
- Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
- Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP)
- Universidade Federal de Pelotas (UFPel)
- Universidade Federal de Viçosa (UFV)
- Universidade Federal do Cariri (UFCA)
- Universidade Federal do Ceará (UFC)
- Universidade Federal do Espírito Santo (UFES)
- Universidade Federal do Maranhão (UFMA)
- Universidade Federal do Pará (UFPA)
- Universidade Federal do Paraná (UFPR)
- Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB)
- Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa)
- Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR)
- Universidade Federal de Rondônia (UNIR)
- Universidade Federal de São Paulo (Unifesp)
- Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD)
- Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ)
- Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO)
- Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ)
- Universidade Federal de Santa Maria (UFSM)
- Universidade Federal do Pampa (Unipampa)
- Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA)
- Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT)