Na quinta-feira (20), o ministro da economia, Paulo Guedes, confirmou que o governo está estudando desvincular o reajuste do salário mínimo e de aposentadorias do índice de inflação do ano anterior, porém negou a informação de que o objetivo seja impedir o ganho real dos trabalhadores e pensionistas.
Depois da repercussão negativa da notícia, o Ministério da Economia informou que a correção será no mínimo pelo índice da inflação.
“É claro que vai ter o aumento do salário mínimo e aposentadorias pelo menos igual à inflação, mas pode ser até que seja mais. Quando se fala em desindexar, as pessoas geralmente pensam que vai ser menos que a inflação, mas pode ser o contrário”, afirmou em entrevista coletiva.
Segundo ele, a proposta de desindexação do reajuste está em estudo desde o início do governo Bolsonaro. A alteração seria uma das medidas para “correção” do teto de gastos do país, e pode vir a ser incluída na Proposta de Emenda Constitucional (PEC), que está sendo construída para garantir recursos ao pagamento do Auxílio Brasil, para tributar lucros e dividendos como fonte de recursos para pagamento do programa de distribuição de renda.
“A PEC que está combinada já de sair, combinada politicamente, com compromissos, é a taxação sobre lucros e dividendos para pagar o Auxílio Brasil. Isso tem que acontecer rápido justamente para garantir o ano que vem”, informou.
O ministro da economia ainda relatou que o texto deve ser apresentado ao Congresso logo depois do 2º turno das eleições.
Confira a nota do Ministério da Economia, divulgada na noite de quinta:
O Ministério da Economia informa que não há qualquer plano para alterar as regras dos reajustes anuais do salário mínimo e das aposentadorias pela inflação (INPC).
O ministro Paulo Guedes afirma que o salário mínimo e as aposentadorias serão corrigidas, no mínimo, pelo índice da inflação, podendo inclusive, ter uma correção acima deste percentual.
É falaciosa a informação de que o ministério pretende adotar medida que possa causar danos à camada mais frágil da população.
O fato é que o governo priorizou a assistência aos mais frágeis, com programas de apoio durante a pandemia. O governo triplicou o valor do Auxílio-Brasil, além de estender o alcance do programa para mais de 20 milhões de famílias. Nem mesmo durante o momento mais crítico da Covid-19, os reajustes deixaram de ser integralmente aplicados.