O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), não pretende dar andamento a nenhum pedido de impeachment contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Embora existam várias assinaturas em apoio à abertura do processo, a postura de Pacheco é de manter tais pedidos estagnados até o término de seu mandato, previsto para fevereiro de 2025.
Diante dessa postura, a oposição bolsonarista, insatisfeita com a inércia de Pacheco, planeja retomar a ofensiva contra Moraes assim que um novo presidente do Senado assumir o cargo. Senadores como Eduardo Girão (Novo-CE), Marcos Rogério (PL-RO) e Marcos do Val (Podemos-ES) já manifestaram interesse em formalizar um pedido de impeachment contra o ministro.
Marcos do Val, que está sendo investigado pelo STF, teve recentemente seu passaporte apreendido e suas redes sociais bloqueadas por determinação de Moraes. O senador, que já anunciou sua candidatura à presidência do Senado, pretende fazer da abertura de um processo contra o ministro um dos pilares de sua campanha.
Apesar do crescente número de candidaturas, a corrida pelo controle do Senado não deve sofrer grandes alterações. Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) surge como o principal nome para suceder Pacheco. Alcolumbre, assim como Pacheco, não demonstra interesse em avançar com o impeachment de Moraes, embora possa acenar para a oposição com a promessa de medidas que limitem a atuação do STF.
Entre as possíveis ações em discussão estão projetos de lei “anti-STF” já em tramitação no Senado, como o que visa restringir operações da Polícia Federal contra congressistas investigados em inquéritos conduzidos pelo Supremo.
Para aliados do governo, Alcolumbre se encontra em uma posição favorável e provavelmente optará por não se comprometer com nenhum pedido de impeachment contra Moraes. Caso sua vitória se concretize, o governo Lula (PT) não pretende lançar um candidato próprio para a presidência do Senado, confiando na neutralidade de Alcolumbre quanto ao tema.