Indicação controversa: Futuro ministro do Turismo é apontado como bolsonarista por críticos

Deputado Celso Sabino nega apoio a Lula no segundo turno e gera controvérsias.

O Deputado Federal Celso Sabino (União Brasil-PA), já previsto para assumir como ministro do Turismo, declarou recentemente não ter votado no presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante o segundo turno das eleições de 2022, conforme relato do colunista Igor Gadelha, do portal Metrópoles.

O político, que é apontado por seus críticos como um eleitor de Jair Bolsonaro (PL), alega que não compareceu às urnas no dia da votação do segundo turno, passando o dia na capital, Brasília. De acordo com fontes próximas a Sabino, o deputado acompanhou a contagem dos votos na residência oficial do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e teria fornecido como prova de sua ausência no pleito um comprovante de justificativa extraído do site oficial da Justiça Eleitoral.

No primeiro turno das eleições, Sabino assegura que seu voto foi para a senadora Soraya Thronicke (União Brasil-MS), candidata à presidência de seu partido.

Ainda que refute ter votado em Bolsonaro no segundo turno, Sabino tem sido identificado como parte da base de apoio que o ex-presidente sustentava no Congresso Nacional. Essa ligação prévia de Sabino ao bolsonarismo tem gerado várias críticas sobre sua indicação para chefiar o Ministério do Turismo no governo de Lula, especialmente entre os petistas e outros partidários próximos ao presidente.

Entre os críticos mais ferrenhos está o prefeito de Belford Roxo-RJ, Waguinho (Republicanos), casado com a atual ministra do Turismo, Daniela Carneiro (União Brasil-RJ). Waguinho declarou que a substituição de sua esposa por um suposto bolsonarista representa um golpe do partido União Brasil contra o presidente Lula.

O partido União Brasil tem pressionado pela substituição desde que a ministra Daniela Carneiro expressou sua intenção de deixar a legenda. A pressão culminou em um abaixo-assinado solicitando a substituição de Daniela por Sabino.

Fontes internas do governo sugerem que a relutância de Lula em efetuar a troca pode estar relacionada a uma gratidão ao apoio que ele recebeu de Daniela Carneiro e Waguinho durante as eleições de 2022. Naquela ocasião, a Baixada Fluminense, região do RJ onde Belford Roxo está localizado, foi dominada por apoiadores de Bolsonaro.

No entanto, a decisão parece já estar feita. Lula agora busca uma saída honrosa para sua aliada, que resiste em pedir demissão. Enquanto isso, o deputado federal Celso Sabino já se reuniu com o presidente para discutir o assunto.