O Ministério das Relações Exteriores, sob a gestão do governo Lula, decretou sigilo de cinco anos sobre seis ofícios enviados ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) relacionados às eleições presidenciais na Venezuela. A informação foi revelada pela coluna de Malu Gaspar, no jornal O Globo, após um pedido de acesso aos documentos via Lei de Acesso à Informação (LAI).
Em julho, o governo brasileiro havia solicitado que o TSE enviasse representantes para acompanhar, presencialmente, as eleições na Venezuela. Contudo, diante da repercussão negativa, o tribunal optou por não atender à solicitação.
Os documentos, oriundos da divisão do Itamaraty responsável por Colômbia, Guiana, Suriname e Venezuela, tiveram o sigilo imposto pelo diretor do Departamento de América do Sul, João Marcelo Galvão de Queiroz. As justificativas para o sigilo foram ocultadas, estando cobertas por tarjas pretas.
O resultado das eleições na Venezuela tem sido alvo de controvérsia internacional, com alegações de fraude. O presidente Lula defende que o reconhecimento do pleito depende da divulgação das atas das seções eleitorais, permitindo uma verificação independente.