O ex-ministro e líder petista José Dirceu desembarca em Salvador nesta segunda-feira, 3, com uma agenda repleta. Pela manhã, às 7h30, ele concederá uma entrevista ao programa “Isso é Bahia”, na rádio A TARDE FM, comandado por Jefferson Beltrão e Ernesto Marques.
A visita de Dirceu à capital baiana tem como objetivo principal uma reunião com a Executiva do PT Bahia, marcada para às 18h, na Assembleia Legislativa do Estado (Alba). O encontro visa alinhar estratégias do partido para as eleições municipais.
Antes disso, às 15h, o ex-ministro participará de um bate-papo com Deyvid Bacelar, Coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros, no auditório do Real Classic Bahia Hotel, na Pituba. O evento estará aberto ao público.
Trajetória de luta e perseguição
José Dirceu possui uma longa trajetória de militância e atuação política. Antes de se tornar ministro da Casa Civil durante o primeiro mandato do ex-presidente Lula, ele foi líder estudantil na União Nacional dos Estudantes (UNE) entre 1965 e 1968. Naquela época, foi preso pela ditadura militar.
Após ser libertado em 1969, em uma troca por um embaixador norte-americano sequestrado, Dirceu foi deportado para o México e, posteriormente, exilou-se em Cuba. Lá, ele realizou cirurgias plásticas e mudou sua identidade antes de retornar clandestinamente ao Brasil em 1975, vivendo na clandestinidade até 1979, quando a Lei da Anistia foi aprovada.
Como um dos fundadores do PT em 1980, Dirceu era considerado o principal articulador político da legenda até ser acusado de ser o mentor do escândalo de corrupção do “Mensalão” em 2005. A partir daí, começou a se distanciar das instâncias de decisão do partido.
Condenações e polêmicas
Em 2012, o cacique petista foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) devido ao caso do Mensalão, embora sempre tenha alegado inocência. Segundo Dirceu, ele e outras lideranças do PT estavam sofrendo perseguição judicial.
Ele também chegou a ser condenado no âmbito da Operação Lava Jato, mas teve a ação extinta pelo STF no mês passado por prescrição da punibilidade aplicada. Agora, sem condenação, especula-se a possibilidade de Dirceu lançar uma candidatura à Câmara dos Deputados em 2026.
