O juiz Sérgio Fernando Moro, transformou o ex-ministro José Dirceu em réu na Operação Lava-Jato. Ele recebeu nesta terça-feira (15/9) a denúncia contra o ex-chefe da Casa Civil já condenado à prisão por corrupção ativa no processo do mensalão.
Na Lava-Jato, Dirceu responderá por organização criminosa, corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Moro ainda recebeu a acusação contra mais 14 pessoas, entre elas João Vaccari Neto, ex-tesoureiro do PT, executivos da empreiteira Engevix, o ex-diretor da Petrobras Renato Duque e operadores de um esquema de corrupção.
Na denúncia do Ministério Público, os procuradores afirmam que o ex-ministro José Dirceu se beneficiou de um esquema a partir de cinco contratos da Engevix com a Petrobras. Parte do dinheiro era distribuído a outras pessoas e ao PT, por meio do seu então tesoureiro João Vaccari, outro réu no processo. Só o ex-ministro – acusado de fazer consultorias fictícias para mascarar subornos – ficou com R$ 11,8 milhões para si próprio, de acordo com o inquérito da Polícia Federal.
O juiz Sérgio Moro, rejeitou a acusação, alegando "falta de justa causa", contra a filha de Dirceu Camila Ramos de Oliveira e Silva, e a arquiteta Daniela Leopoldo e Silva Facchini, responsável pela reforma da casa do ex-ministro em Vinhedo (SP), por R$ 1,8 milhão.
Moro destacou declarações do dono e vice-presidente da Engevix, Gérson Almada, para embasar a decisão e receber a denúncia. "Gerson Almada, dirigente da Engevix, admitiu, em depoimento anterior, que utilizou os serviços de Milton Pascowitch para obter os contratos da Petrobrás e que poderiam envolver repasses de propinas", narrou o juiz.