A juíza Leonie M. Brinkema, responsável pelo caso que pode redefinir o papel do Google na publicidade digital nos Estados Unidos, analisou as alegações finais apresentadas pelo Departamento de Justiça e pela gigante da tecnologia. A decisão está prevista para ser anunciada em 2026.
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O governo federal propôs que o Google separe sua plataforma de anúncios, conhecida como ad Exchange, e compartilhe dados cruciais para aumentar a concorrência no setor. Em contrapartida, a empresa sugere ajustes mais restritos, que manteriam a estrutura central de suas operações inalterada. Essa determinação pode ter um impacto significativo nos lucros da companhia, como reportado pelo The New York Times.
O processo, iniciado em 2023, envolve o Departamento de Justiça e vários estados dos EUA, que acusam o Google de monopolizar o sistema de veiculação de anúncios online. O leilão para venda de espaços publicitários, por exemplo, recebe cerca de 8,2 milhões de solicitações a cada segundo, evidenciando o controle da empresa no setor.
A juíza já confirmou que a empresa exerce monopólio sobre ferramentas utilizadas pelos editores para a venda de anúncios e o software que facilita transações entre editores e anunciantes. No entanto, ainda não foi comprovado que o Google domina as ferramentas que os anunciantes utilizam para adquirir espaços publicitários.
O advogado do governo, Matthew Huppert, defendeu a separação da plataforma de anúncios e a publicação dos códigos das ferramentas, argumentando que isso é fundamental para garantir um ecossistema digital mais competitivo. Em resposta, a equipe de defesa do Google, liderada por Karen Dunn, afirmou que a transferência da plataforma para um novo proprietário seria demorada e prejudicaria suas operações. Eles argumentam que modificações internas e compartilhamento de dados são suficientes para fomentar a concorrência.
Próximos passos
Se a juíza decidir pela divisão da plataforma, será um marco inédito, uma vez que representa a primeira vez que uma empresa de tecnologia moderna sofre tal medida. A decisão se insere em um contexto mais amplo de ações judiciais contra grandes empresas de tecnologia, como Apple, Amazon e Meta, que também estão sendo investigadas por práticas anticompetitivas.


