Imagine um dos cartões-postais mais bonitos da Bahia tomado por uma invasão verde, sufocando o turismo e prejudicando o sustento de dezenas de comerciantes locais. Parece cena de filme, mas é a realidade enfrentada hoje pelo Balneário Prainha, em Paulo Afonso, que sofre com uma invasão descontrolada das baronesas, plantas aquáticas que se espalham rapidamente e causam prejuízos ambientais e econômicos.
Após anos de luta da Prefeitura Municipal contra esse problema, uma nova decisão judicial promete mudar o cenário. O juiz federal João Paulo Piro de Abreu determinou que a Prefeitura de Paulo Afonso, juntamente com a União, o Estado da Bahia, o município vizinho de Glória e a Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf), promovam urgentemente a retirada das baronesas do Balneário Prainha no prazo máximo de 15 dias. Caso contrário, cada órgão poderá receber multa diária de até R$ 50 mil.
Mas afinal, por que essas plantas são tão perigosas? As baronesas (Eichornia crassipes) crescem rapidamente em águas poluídas e formam grandes tapetes verdes sobre rios e lagos. Quando apodrecem, liberam mau cheiro intenso e reduzem drasticamente o oxigênio da água, causando a morte de peixes e prejudicando diretamente o turismo local. Em Paulo Afonso, ponto turístico famoso pelas belezas naturais do Rio São Francisco, os impactos são ainda mais devastadores: dos 16 bares e restaurantes no entorno da Prainha, apenas três conseguiram permanecer abertos devido à queda drástica no movimento turístico.
Desde 2018, a Prefeitura tem investido recursos significativos para combater as baronesas. Estima-se que já tenham sido retiradas mais de dez mil toneladas dessas plantas aquáticas somente do Balneário Prainha. Porém, especialistas alertam que essas ações isoladas são insuficientes. “É uma operação enxuga-gelo”, afirma um especialista em aquicultura ouvido pela imprensa local. Segundo ele, sem ações conjuntas entre União, Estado e Chesf para combater as causas reais do problema — como lançamento irregular de esgoto e uso excessivo de fertilizantes — as baronesas continuarão retornando.
A decisão judicial recente reforça justamente essa necessidade de cooperação entre os órgãos. Além da retirada imediata das plantas aquáticas em até quinze dias, a Justiça determinou que União, Estado da Bahia, Chesf e os municípios envolvidos mantenham o Balneário Prainha livre das macrófitas até o fim do processo judicial.
Enquanto isso, moradores e empresários aguardam ansiosamente pela solução definitiva dessa crise ambiental. Será que finalmente veremos um Balneário Prainha limpo e revitalizado? O prazo está correndo e todos os olhos estão voltados para as autoridades responsáveis.