Líderes da oposição e presidente do STF debatem imparcialidade do ministro Morais nos inquéritos dos atos de 8 de janeiro

Debate no STF destaca preocupações sobre a condução das investigações dos eventos de 8 de janeiro.

Na última quarta-feira (24/1), uma reunião de destaque ocorreu no Supremo Tribunal Federal (STF), onde líderes da oposição, incluindo Rogério Marinho (PL-RN) e outros parlamentares, discutiram com o presidente do STF, Luís Roberto Barroso, sobre os inquéritos relacionados aos atos de 8 de janeiro.

Durante o encontro, que durou aproximadamente uma hora, os senadores apresentaram suas apreensões acerca da gestão das investigações dos eventos antidemocráticos de 8 de janeiro. Um ponto central da discussão foi a participação do ministro Alexandre de Moraes na condução dos inquéritos. Rogério Marinho, ao representar a voz da oposição, defendeu a necessidade de Moraes se afastar da relatoria, citando uma entrevista onde Moraes se referiu a si mesmo e a sua família como potenciais alvos das manifestações.

A conversa também abordou a operação recente contra o deputado Carlos Jordy (PL-RJ), liderada pelo STF e executada pela Polícia Federal. Esta operação, denominada Lesa Pátria, tinha como foco identificar indivíduos envolvidos no planejamento, financiamento e incitação de atos antidemocráticos. Apesar de não contestar a autorização dos mandados de busca e apreensão, Marinho expressou inquietação quanto ao método adotado pelo STF em abrir inquéritos de ofício, uma prática que tem se tornado comum desde 2019.

Os senadores não estão em posição de fazer um pedido formal para que Moraes deixe a relatoria dos inquéritos, já que não são parte das investigações. Contudo, em nota divulgada anteriormente, a oposição já havia solicitado que Moraes se declarasse suspeito para julgar os atos de 8 de janeiro, alegando falta de imparcialidade devido a declarações públicas onde ele se coloca como vítima das ameaças. Eles argumentam que a situação atual coloca Moraes na posição de vítima, investigador e julgador, o que compromete a imparcialidade esperada em tais casos.

A nota é assinada por membros da oposição, incluindo Rogério Marinho (PL-RN), Ciro Nogueira (PP-PI), Flávio Bolsonaro (PL-RJ), Carlos Portinho (PL-RJ), Tereza Cristina (PP-MS), Mecias de Jesus (Republicanos-RR), Izalci Lucas (PSDB-DF) e Eduardo Girão (Novo-CE). Estes parlamentares reforçam a necessidade de uma postura republicana e a busca pela pacificação do país, respeitando a lei e a defesa da Constituição.