Nesta quarta-feira (3), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) revelou, em uma cerimônia no Palácio do Planalto, o maior Plano Safra da história do Brasil. O programa destinará R$ 475,56 bilhões aos produtores rurais para o ciclo 2024/2025, representando um aumento de 9,1% em relação aos R$ 435,8 bilhões do ano anterior.
Do montante total, R$ 400,585 bilhões serão destinados à agricultura empresarial, enquanto R$ 74,98 bilhões apoiarão a agricultura familiar. Embora o setor agrícola esperasse um valor próximo a R$ 500 bilhões, a nova quantia ainda representa um salto significativo de mais de 70% em comparação aos R$ 287,16 bilhões desembolsados no último ano do governo Jair Bolsonaro.
Lula, acompanhado do ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, destacou durante o evento que a iniciativa oferece diversas linhas de crédito, incentivos e políticas para os produtores rurais. Ele aproveitou para fazer um contraste com a gestão anterior, sublinhando as conquistas de seu governo para o setor agropecuário e provocando Bolsonaro.
“O verdadeiro inimigo de quem produz não é o MST, mas sim os bancos,” afirmou Lula, defendendo que as preocupações com os movimentos de sem-terra são menos relevantes comparadas às questões financeiras enfrentadas pelos agricultores.
Em outro momento, Lula alfinetou Bolsonaro, sem mencioná-lo diretamente: “Nós precisamos incentivar muito o crescimento da nossa agricultura. É por isso que fazemos um Plano Safra melhor do que aqueles que parecem que gostam de vocês, mas não gostam.”
O ministro Carlos Fávaro, por sua vez, ressaltou a importância da sustentabilidade no novo Plano Safra, mencionando a inclusão de juros menores e um foco maior na agroecologia. Ele destacou o crescimento de 15% do setor agropecuário em 2023, o maior entre todas as atividades econômicas do país, apesar das adversidades climáticas e dos preços reduzidos.
Fávaro reforçou o compromisso do governo com o desenvolvimento contínuo do setor agropecuário: “As pessoas podem não gostar de nós, mas não estamos aqui participando de um concurso de simpatia. Estamos trabalhando para que o agro continue a ser a grande força da economia brasileira.”
Outro ponto importante do anúncio foi o valor destinado ao Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), que será de R$ 76 bilhões, representando um aumento de 43,3% em relação à safra 2022/2023. Além disso, a taxa de juros para a produção orgânica e agroecológica será de 2% no custeio e 3% no investimento, e o programa Ecoforte foi lançado para apoiar redes de agroecologia, extrativismo e produção orgânica.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também presente na solenidade, lembrou que os dois maiores planos safra da história foram executados durante os mandatos de Lula. Ele enfatizou o esforço do governo em dialogar com o setor agrícola e a Frente Parlamentar da Agricultura para aumentar a produção e exportação. Haddad destacou ainda que o novo Plano Safra será o primeiro a abranger todas as 27 unidades da federação, atendendo a uma demanda antiga de descentralização das culturas agrícolas. “Este é um Plano Safra que atende a um apelo antigo da agricultura para que as culturas não sejam concentradas em poucas regiões,” concluiu Haddad.