Durante a comemoração dos dez anos do campus Lagoa do Sino, da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), em Buri (SP), o presidente Lula (PT) fez declarações polêmicas comparando o impeachment de Dilma Rousseff aos ataques de Israel na Faixa de Gaza. Em seu discurso, Lula criticou os antigos presidentes Michel Temer (MDB) e Jair Bolsonaro (PL), afirmando que suas gestões fizeram ao Brasil o que Benjamin Netanyahu está fazendo na Palestina.
“Este país, eu diria, o que eles fizeram nesses últimos [anos] depois do impeachment da Dilma é o que o Netanyahu está fazendo na Faixa de Gaza, lá na Palestina. O que eles fizeram com esse país foi um pouco isso. No fim de semana, morreram mais 70 pessoas, na semana passada morreram mais 90, e quem é que está morrendo, são soldados, são terroristas? Não. São mulheres e crianças que são vítimas de um ataque todo santo dia de um governo que já foi condenado pelo Tribunal Internacional, o mesmo que condenou o [Vladimir] Putin pela guerra da Ucrânia condenou Israel porque está fazendo isso com a Faixa de Gaza”, declarou o petista.
Lula também criticou os ataques israelenses, ressaltando que o país descumpre as decisões da Organização das Nações Unidas (ONU). Ele mencionou que muitas das vítimas são civis inocentes, incluindo mulheres e crianças.
O presidente aproveitou a ocasião para enfatizar a importância da educação e dos programas governamentais como Bolsa-Atleta e Mais Médicos. Ele fez um apelo aos jovens para que não desistam da política, apesar das críticas e acusações que possam surgir.
“Escolher uma reitora é uma decisão política, é como escolher um síndico de um prédio. E como eu acho que o Brasil está precisando de político com ‘P’ maiúsculo, eu digo: quando vocês acharem que todo mundo é ladrão, que o Lula é ladrão, que o Raduan é ladrão, que o Camilo é ladrão, mesmo assim não desista, entre na política, assuma o seu compromisso e vamos à luta”, incentivou Lula.
A visita de Lula à UFSCar ocorreu duas semanas após ele ser cobrado por uma estudante devido à entrega de uma intervenção ainda incompleta na universidade.