Lula defende que a Petrobras deve pensar em todos os brasileiros e não apenas nos acionistas

Lula aponta necessidade de a Petrobras repensar sua estratégia, enfatizando a importância de servir ao povo brasileiro.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva expressou a necessidade de a Petrobras priorizar o bem-estar da população brasileira, em detrimento dos interesses exclusivos dos acionistas. Durante uma entrevista concedida ao SBT News, o mandatário brasileiro abordou as recentes controvérsias envolvendo a estatal, que enfrentou uma significativa depreciação de mercado após a redução do valor destinado aos dividendos de seus investidores.

Lula manifestou seu descontentamento com a percepção pública de sucesso da companhia, contrastando com a realidade dos cidadãos brasileiros que não se beneficiam diretamente dessas conquistas. “É muito engraçado. Às vezes, eu vejo notícias assim. ‘Petrobras cresce 30%’. ‘Petrobras bate recorde de produção de gasolina’. ‘Petrobras bate recorde de exportação de petróleo’. ‘Petrobras bate recorde de arrecadação’. E a gente não ganha nada com isso”, comentou o presidente.

A crítica estendeu-se à decisão da empresa de aumentar a distribuição de dividendos, uma medida que Lula considera inadequada. Segundo ele, os recursos poderiam ser melhor aplicados em investimentos e em benefício dos cerca de 200 milhões de brasileiros associados indiretamente à companhia. O presidente argumentou que a Petrobras deveria focar mais em investimentos, pesquisas e infraestrutura, ao invés de destinar uma quantia excedente aos acionistas.

“Tem que pensar o investimento e em 200 milhões de brasileiros que são donos ou sócios dessa empresa. O que não é correto é a Petrobras, que tinha que distribuir R$ 45 bilhões de dividendos, querer distribuir R$ 80 bilhões. E R$ 40 bilhões a mais que poderiam ter sido colocados para investimento, fazer mais pesquisa, mais navio, mais sonda… Não foi feito”, disse Lula.

Além disso, o presidente Lula rejeitou a política de paridade de preço internacional, uma estratégia adotada durante o governo de Jair Bolsonaro e criticada também pelo atual presidente da Petrobras, Jean Paul Prates. Lula enfatizou seu compromisso com a redução dos preços dos combustíveis, justificando que o Brasil, sendo autossuficiente na exploração de petróleo, não deveria alinhar os preços internamente aos do mercado global.