O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta segunda-feira (22) que o PT “perdeu” a utopia e defendeu uma “revolução” no partido que abra caminho para lideranças mais “jovens e com mais coragem”. A declaração foi dada durante o seminário “Novos Desafios da Democracia”, promovido pelo Instituto Lula, em São Paulo.
“Perdemos um pouco da utopia. […] Fico pensando se não está na hora de fazer uma revolução neste partido e ter lideranças mais jovens, ousadas, com mais coragem", disse. O ex-presidente disse ainda que, para mudar a realidade, é preciso entrar na política. Ele destacou que foi isso que fez, com a criação do PT e as reiteradas tentativas de chegar à Presidência da República por meio do voto.
"Quando você é oposição, é muito fácil. Você pensa, acha, acredita. No governo, tem de fazer e tomar posições. Agora, não dá pra mudar se você não entra na política. Quando decidimos mudar o Brasil, criamos um partido e uma central sindical", relatou.
"Se perguntarem qual foi meu maior legado, foi o exercício de democracia que praticamos no governo", completou Lula. Apesar de pregar uma revolução interna, o ex-presidente também defendeu os governos do PT dizendo que houve um estímulo à participação popular na tomada de decisões.
Ele afirmou que em seus dois mandatos como presidente, foram realizadas 74 conferências nacionais para discutir políticas públicas com a população. "Nunca antes na história do Brasil o povo exerceu tanto a democracia e participou das decisões do governo como no governo do PT. Dos movimentos de hoje, que surja um partido melhor que o PT, mas que surja. Porque quando se nega a política, o que vem é muito pior."