Em meio a intensas negociações políticas, o presidente Lula enfrenta um dilema: acomodar o centrão ou manter promessas eleitorais. O equilíbrio entre manter a representatividade feminina na Esplanada dos Ministérios e atender às demandas dos aliados emerge como um tema central da gestão petista.
Desde a integração do PP e dos Republicanos no corpo ministerial, o cenário político se assemelha a um xadrez estratégico. O objetivo? Evitar atritos com aliados históricos, como o PSB e membros do PT, enquanto se busca manter a representação feminina em cargos chaves, como Esporte, Ciência e Tecnologia e a presidência da Caixa Econômica.
A participação feminina no alto escalão tem sido uma bandeira de Lula. Em busca de uma gestão mais igualitária, o presidente tem resistido a substituir nomes fortes como Nísia Trindade, ministra da Saúde, e Rita Serrano, à frente da Caixa Econômica. No entanto, nomes masculinos indicados pelo PP e Republicanos pressionam pela ocupação desses espaços.
Membros do PSB, como o vice-presidente Geraldo Alckmin, sentem a tensão das negociações. Ministérios atualmente sob sua influência podem ser usados como moedas de troca. Carlos Siqueira, presidente do PSB, reforça o compromisso do partido com a gestão Lula, independentemente das decisões tomadas.
Há, por outro lado, uma pressão crescente sobre ministros ligados diretamente a Lula. Wellington Dias, responsável pelo programa emblemático Bolsa Família, encontra-se em uma posição delicada, com seu cargo sendo cobiçado pelo PP.
Lula tem encontros marcados com lideranças do centrão e do Congresso na próxima semana, prometendo trazer definições sobre este impasse. Conversas preliminares já ocorreram, sinalizando os ajustes finais na configuração ministerial.