Lula propõe 2 de julho como segunda data da Independência do Brasil

Nesta quinta-feira (4), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sugeriu transformar o 2 de Julho em uma data oficial da Independência do Brasil, além do já estabelecido 7 de Setembro. A proposta foi feita durante um discurso no evento de lançamento da pedra fundamental de um laboratório científico público em Campinas, um projeto avaliado em cerca de R$ 1 bilhão.

O 2 de Julho é atualmente um feriado estadual na Bahia, comemorando a expulsão dos últimos portugueses que resistiam a aceitar a independência do Brasil, ocorrida em julho de 1823. Lula participou das celebrações dessa data em Salvador, na última terça-feira (2).

Durante seu discurso, o presidente destacou a importância histórica dessa data, ressaltando que ela simboliza a verdadeira independência do país, fruto da luta e do sacrifício de muitos brasileiros. Ele enfatizou que, enquanto o 7 de Setembro é lembrado pelo “grito do Ipiranga”, o 2 de Julho marca a expulsão definitiva dos colonizadores portugueses, resultado de batalhas heroicas, especialmente na Bahia.

Lula comentou que o Brasil foi o último país da América do Sul a conquistar a independência no século XIX, e que a história do país precisa ser recontada para refletir esse fato. “Nós fomos o último país a fazer a independência. E tem duas independências. Tem a independência que foi o grito do imperador, que a gente nem sabe se deu o grito mesmo, mas está lá. Dizem que deu o grito, tem a fotografia e alguns cavalos”, afirmou o presidente. “Mas nós tivemos a verdadeira independência do Brasil, que foi o resultado final da expulsão dos últimos portugueses, que foi o 2 de Julho em Salvador, na Bahia. Ali, houve luta e houve mulheres heroínas, muitas mulheres que lutaram para garantir a independência. Eu agora vou tentar transformar os dois dias em ato oficial da Independência. E, mais ainda, vamos ter que recontar a história deste país.”

A batalha que culminou na celebração do 2 de Julho começou em 25 de junho de 1822, quando a população do Recôncavo Baiano proclamou Dom Pedro de Alcântara como regente constitucional e defensor perpétuo do Brasil. Este ato não foi aceito pelos portugueses, levando ao início dos confrontos. A primeira vitória dos baianos ocorreu em 28 de junho, com a tomada de uma embarcação portuguesa no Rio Paraguaçu. As batalhas continuaram até 2 de julho de 1823, quando os baianos finalmente expulsaram os portugueses de Salvador, consolidando a independência do Brasil.

Lula concluiu que a formalização dessa data como uma nova celebração oficial da Independência seria um passo importante para reconhecer e valorizar as lutas que realmente garantiram a liberdade do país, além de proporcionar uma visão mais completa e justa da história nacional.