Às 17h30 desta sexta-feira (19), Luiz Inácio Lula da Silva terá um encontro com o presidente americano, Joe Biden, em sua primeira viagem à Casa Branca desde a posse. Esse é o quinto encontro do presidente brasileiro com o governo dos Estados Unidos. Até o momento, não há grandes expectativas para a viagem, mas o Palácio do Planalto está se esforçando para que o encontro seja percebido como um sinal de força das duas democracias, diante das recentes ameaças de Donald Trump e Jair Bolsonaro.
A viagem trata-se de uma jogada estratégica para o Palácio do Planalto, pois é mais uma das iniciativas do chefe do Executivo para demonstrar que o Brasil voltou a se envolver com as questões diplomáticas globais. Segundo um diplomata da comitiva presidencial, Lula tem mostrado que o país não é um “pária”, como o ex-ministro Ernesto Araújo disse orgulhosamente certa vez.
A adesão dos Estados Unidos ao Fundo Amazônia é um dos anúncios possíveis da viagem – programa pelo qual os países colaboram financeiramente para as ações de proteção da Amazônia. A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, deve se encontrar com o representante especial para o clima, John Kerry, no Salão Oval da Casa Branca, com Biden e Lula. O presidente americano assumiu o compromisso, durante sua campanha, de investir recursos na proteção da Amazônia, mas não deixou claro se seria por meio da criação de um novo fundo ou se aderiria ao que já existe, alimentado pelos aportes da Noruega, Alemanha e Petrobras.
A guerra na Ucrânia provavelmente será um assunto delicado no encontro. O governo americano, assim como França e Alemanha, pede que o Brasil forneça armamentos para a Ucrânia, mas Lula já negou.
“Não acredito que o presidente Biden venha me convidar para participar do esforço de guerra pela Ucrânia, porque o Brasil não participará. Na última viagem do chanceler alemão [ao Brasil], ele [Olaf Scholz] queria que nós vendêssemos para a Alemanha a munição que o Brasil tem”, disse o mandatário brasileiro.