Marcelo Odebrecht, ex-presidente da Odebrecht SA (hoje Novonor) e um dos personagens centrais da Operação Lava Jato, está oficialmente em liberdade após cumprir sua pena, inicialmente estipulada em 19 anos, por corrupção, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro. A sentença foi reduzida duas vezes: primeiro para 10 anos e, em seguida, para sete anos.
Nos últimos dois anos, Marcelo Odebrecht trabalhou no setor administrativo do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP). Ele iniciou suas atividades na instituição em junho de 2021 e permaneceu até janeiro de 2023, atuando duas vezes por semana.
O ex-executivo teve a oportunidade de prestar serviços comunitários no hospital graças a um convênio firmado em 2018 entre o Hospital das Clínicas e a Central de Penas e Medidas Alternativas da Justiça Federal de São Paulo (Cepema). O órgão foi criado para garantir o cumprimento e acompanhar a execução de penas restritivas de direitos e alternativas à prisão.
Funcionários do hospital relatam que Marcelo Odebrecht passou despercebido durante o período em que trabalhou na instituição, onde foi uma das 50 pessoas a cumprir pena alternativa. O ex-presidente da Odebrecht foi detido em 2015, quando liderava uma das maiores empreiteiras do país, após a Polícia Federal investigar desvios na Petrobras. Na época, ele ocupava o 9º lugar na lista dos brasileiros mais ricos da Forbes, com uma fortuna estimada em R$ 13,1 bilhões.
Após renunciar à presidência da empresa seis meses depois de sua prisão, Odebrecht assinou um acordo de delação com a Justiça em conjunto com seu pai, Emílio Odebrecht, e outros executivos. Em dezembro de 2017, ele deixou a prisão para cumprir pena domiciliar e, em 2019, obteve progressão de regime e autorização para retornar ao trabalho.