O tenente-coronel Mauro Cid, em depoimento de delação premiada, revelou que o presidente Jair Bolsonaro tentou abrigar em sua residência oficial, o Palácio da Alvorada, indivíduos investigados pela Polícia Federal (PF) por atentados contra instituições democráticas. Segundo Cid, entre os alvos estavam o influencer bolsonarista Oswaldo Eustáquio e o youtuber Bismark Fugazza.
Detalhes da delação
De acordo com Cid, Bolsonaro ordenou que Oswaldo Eustáquio, então alvo de investigações conduzidas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, ficasse escondido no Palácio da Alvorada para evitar sua prisão. O presidente teria também discutido a mesma estratégia para Bismark Fugazza.
O ex-ajudante de ordens da Presidência diz ter convencido Bolsonaro a abandonar a ideia, argumentando que tal ato poderia trazer complicações legais e possivelmente gerar conflitos com o STF.
Desdobramentos
Eustáquio e Fugazza tornaram-se alvos de ordens de prisão emitidas por Alexandre de Moraes no final de dezembro e fugiram para o Paraguai. Enquanto Fugazza foi detido pela polícia paraguaia, Eustáquio entrou com um pedido de refúgio e conseguiu evitar a ordem de prisão.
Panorama adicional
Mauro Cid também traçou um panorama da relação de Bolsonaro com militantes que incentivaram a ruptura com instituições democráticas. Ele menciona ainda a existência do chamado “Gabinete do Ódio”, grupo dentro do Palácio do Planalto responsável por ataques a autoridades e instituições nas redes sociais.
Conclusão
O depoimento de Mauro Cid foi homologado pelo ministro Alexandre de Moraes no início de setembro. O tenente-coronel, que estava preso desde maio sob suspeitas de fraudes em certificados de vacina, foi libertado após a homologação da delação.
Fontes
A informação sobre a delação premiada de Mauro Cid foi confirmada pela Polícia Federal e pelo STF, e é parte de um inquérito mais amplo sobre ataques às instituições democráticas no Brasil.