No início de agosto, o Ministério da Educação (MEC) organizará uma reunião com universidades federais para discutir a padronização das comissões de heteroidentificação, que verificam a autodeclaração racial dos estudantes beneficiados pelas cotas. Atualmente, essas comissões operam de formas variadas, conforme as diretrizes específicas de cada instituição. O MEC pretende elaborar um documento com orientações padronizadas, baseando-se nas práticas já estabelecidas e analisando mecanismos para que estudantes reprovados por uma comissão possam solicitar uma reavaliação.
Entre os tópicos a serem discutidos está a definição do número mínimo de membros que devem compor as bancas de heteroidentificação. A reunião também abordará divergências sobre o formato das análises. A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) defende a análise presencial, enquanto a Universidade Federal de Jataí (UFJ) prefere o uso de videochamadas, considerando que muitos candidatos residem em outras cidades. A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) adota a prática de solicitar vídeos gravados pelos candidatos.
Além disso, serão debatidos temas como a formação dos membros das comissões, a inclusão de diferentes perfis (professores, técnicos, alunos) e a profissionalização da função, que atualmente é desempenhada de forma voluntária. O objetivo do MEC é garantir a eficácia e a equidade das avaliações, evitando fraudes no sistema de cotas e assegurando que os benefícios sejam destinados a quem realmente tem direito.