Ministério da Saúde atualiza grupo prioritário para vacina do HPV e adiciona tratamento para HIV

Inclusão de pacientes com papilomatose respiratória e novo medicamento para HIV marcam atualizações importantes no SUS.

O Ministério da Saúde anunciou a inclusão de um novo grupo na campanha de vacinação contra o HPV e a incorporação de um novo medicamento para o tratamento de pacientes com HIV no Sistema Único de Saúde (SUS). A partir de agora, pacientes diagnosticados com papilomatose respiratória recorrente (PRR) têm prioridade na vacinação contra o HPV. Esta condição, rara e causada pelo vírus do HPV, resulta em verrugas nas vias respiratórias, com recorrências frequentes que podem necessitar de múltiplas cirurgias, especialmente em crianças.

A decisão do ministério baseia-se em estudos que indicam a eficácia da vacina como um tratamento complementar, reduzindo significativamente as chances de recorrência da doença nos indivíduos vacinados. A vacina estará disponível mediante prescrição médica e, no caso de menores de 18 anos, será exigido o consentimento dos pais.

Além disso, foi modificado o esquema de aplicação da vacina contra o HPV no SUS, que passará a ser oferecida em dose única para crianças e adolescentes de 9 a 14 anos. Pacientes imunossuprimidos e vítimas de violência sexual, por outro lado, continuarão a receber o esquema anterior de até três doses.

Quanto ao tratamento do HIV, o Ministério da Saúde vai adicionar à lista de medicamentos do SUS o Fostensavir trometamol (600mg), destinado a adultos que apresentam resistência múltipla aos tratamentos convencionais. A aprovação deste medicamento pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias ao SUS (Conitec) ocorreu em março, e a expectativa é que, após a publicação da portaria pertinente, o medicamento esteja disponível em até 180 dias.

Este novo medicamento é particularmente significativo, considerando que a última inclusão de um tratamento para pacientes multirresistentes ao HIV no SUS ocorreu há oito anos, com a incorporação da etravirina de 200mg. Os critérios para ampliar o público beneficiado pelo novo modelo de tratamento serão revisados dentro de seis meses, levando em conta aspectos como a tendência de crescimento das prescrições e a disponibilidade do medicamento nos estoques da rede.