Em um relato surpreendente, Carlos Fávaro, o Ministro da Agricultura do governo Lula, revelou que teria dificuldades em responder corretamente às questões sobre agronegócio presentes no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). A confissão foi feita na quarta-feira (8), em meio a um cenário de contestações por parte da bancada ruralista no Congresso Nacional.
Durante uma coletiva, Fávaro expressou que seu conhecimento empírico e vivencial sobre o setor o levaria a escolher respostas diferentes das consideradas corretas pelo exame. “Se eu estivesse fazendo a prova, eu iria errar umas duas ou três questões porque eu vivo e sei a qualidade de vida, eu sei o desenvolvimento que o agro é para essas regiões”, disse ele.
O Enem deste ano abordou, em três de suas questões, temas controversos relacionados ao agronegócio, incluindo os impactos negativos no Cerrado, a influência da nova corrida espacial financiada por magnatas bilionários e o avanço do cultivo da soja e seu papel no desmatamento da Amazônia.
A sinceridade do Ministro vem em um momento onde o exame, que serve como principal porta de entrada para o ensino superior no Brasil, enfrenta críticas sobre seu conteúdo e a natureza das questões propostas. O posicionamento de Fávaro reforça a discussão sobre o alinhamento entre o conhecimento técnico-científico avaliado pelo Enem e a percepção daqueles que estão imersos na prática cotidiana das atividades do agronegócio.