Mourão sobre fraude em urnas: “Não apareceu nenhuma prova concreta”

Mourão

O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, que já foi diplomado como senador da próxima legislatura, falou sobre os planos para 2023. Mourão ressaltou que sua atuação no Congresso Nacional diferirá daquela que vivenciou em quatro anos como auxiliar do presidente Jair Bolsonaro.

Apesar de ter sido o terceiro colocado nas pesquisas eleitorais realizadas antes da eleição, o general da reserva do Exército Brasileiro conquistou quase 2,6 milhões de votos dos eleitores gaúchos e obteve a única cadeira em disputa no Senado Federal pelo Rio Grande do Sul. Inexperiente na política, Mourão acaba de ser eleito para o Legislativo e terá um período de oito anos no cargo.

Apesar de terem sido escolhidos para cargos de deputado, senador e governador no primeiro turno, alguns correligionários do presidente Jair Bolsonaro — que perdeu para o petista Luiz Inácio Lula da Silva (PT) — começaram a cogitar a hipótese de fraude nas urnas eletrônicas e no pleito como um todo.

Mourão, por outro lado, sustenta que “não existem provas tangíveis” que comprovem a fraude nos equipamentos de votação.

“Não é possível afirmar que houve fraude nas urnas, porque não há nenhuma evidência tangível sobre esse tema. O que penso que ocorreu, como ocorre com frequência na história do Brasil desde que implantamos o voto popular, é o voto de cabresto. O voto de cabresto foi uma situação muito comum no interior, em terras indígenas e em comunidades quilombolas, portanto, esse tipo de voto era muito comum”, opina o senador.

A técnica a que Mourão se refere é a obrigação de votos, às vezes com violência, em troca de benefícios, em lugares carentes. O ato era chamado de “coronelismo”, devido à influência que os coronéis tinham sobre seus funcionários na República Velha.

“Quando se analisam os dados das urnas de alguns locais, em que Bolsonaro não teve nenhum voto e Lula recebeu diversos, percebe-se que é típico caso de voto de cabresto. Não é uma mudança no procedimento da urna, mas é aquela questão de que, como um grupo reduzido de 200 ou 300 eleitores foi lá e votou, isso, numa eleição acirrada como essa que tivemos, teve um grande impacto na composição do [Lula]”, explica Mourão.