A Polícia Civil do Rio de Janeiro investiga denúncia de estupro em uma boate de Cabo Frio, cidade da Região dos Lagos. A casa noturna pertence ao deputado estadual Filipe Poubel (PSL) e ao capitão da PM Diogo Souza da Silveira.
A vítima relatou que o estupro ocorreu na boate Buda Lounge, no dia 8 de maio, durante uma festa. O estabelecimento contudo não poderia funcionar devido a medidas restritivas impostas para conter o avanço da covid-19 no município. A vítima acusa dois funcionários e afirma que o deputado —que estava na casa naquela noite— envolveu-se em um bate-boca após o crime.
Moradora da capital fluminense, a mulher —que não terá seu nome divulgado— estava em Cabo Frio visitando a família. A advogada dela, Letícia Delnindo, contou ao UOL que, na ocasião, ela havia ingerido bebida alcoólica e foi encontrada por amigos desacordada no segundo andar da boate, que estava interditado.
A vítima estava com a roupa e o rosto sujos, além do vestido levantado. Segundo os amigos dela, no local havia dois funcionários da casa noturna.
Ao tentarem retirá-la da boate, houve confusão e um amigo da vítima foi agredido por funcionários do estabelecimento. O parlamentar proferiu ofensas homofóbicas contra o frequentador, segundo testemunhas.
Dois boletins de ocorrência foram registrados na delegacia —um com estupro em condições de vulnerabilidade e outro como lesão corporal e injúria em razão de agressões e ofensas contra o amigo da vítima. As investigações sobre o caso ocorrem sob sigilo.
Segundo a advogada, dois meses após a denúncia, a boate ainda não contribuiu com as investigações.
“A casa não apresentou câmeras de segurança, o sofá onde a vítima foi encontrada só foi levado para sede policial ontem [terça-feira (6)]. Não sei se trocaram o estofado, por exemplo, ou se lavaram. A vítima até agora não teve um apoio do estabelecimento, uma palavra de solidariedade, o que é inadmissível diante da denúncia.”
A mulher foi submetida a exame de corpo de delito e aguarda o resultado final. O vestido usado por ela também foi encaminhado para perícia.
A advogada disse que a vítima pode ter sido dopada. “É uma pessoa que está acostumada a beber e que nunca chegou a ficar inconsciente por causa do álcool.”