Operação PF: Residência do general da reserva, Mauro César, e seu filho, ex-ajudante de Bolsonaro, é vasculhada

A venda ilegal de presentes oficiais conecta o tenente-coronel Mauro Cid a uma grande investigação.

Nesta sexta-feira (11/8), a Polícia Federal (PF) colocou em ação a Operação Lucas 12:2. O foco é um suposto esquema de venda ilegal de presentes oficiais recebidos pelo governo brasileiro em encontros internacionais. Entre os alvos da investigação estão militares ligados ao presidente Jair Bolsonaro.

Quem são os investigados?
O general da reserva Mauro César Lourena Cid, que reside em Niterói (RJ), é um dos principais alvos. Seu filho, o tenente-coronel Mauro Cid, que já prestou serviços diretos a Bolsonaro, também está na mira da PF. As investigações ainda alcançam o tenente do Exército Osmar Crivelatti e o advogado Frederick Wassef.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, autorizou as buscas em propriedades localizadas em três cidades: Niterói, Brasília e São Paulo. O estopim foi a descoberta de e-mails, pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI). Nessa correspondência, o tenente-coronel Mauro Cid aparece negociando um relógio Rolex, avaliado em US$ 60 mil (cerca de R$ 300 mil), que teria sido recebido durante uma viagem oficial.

O que diz a Polícia Federal?
A Operação Lucas 12:2 investiga possíveis crimes de desvio de bens (peculato) e lavagem de dinheiro. A suspeita é que presentes valiosos, entregues por autoridades estrangeiras, eram vendidos no exterior. O dinheiro dessa venda seria, então, incorporado ao patrimônio pessoal dos envolvidos, sem o devido registro em bancos.

O contexto mais amplo é uma investigação sobre as chamadas “milícias digitais”, que está sob análise do STF.

Por que “Lucas 12:2”?
O nome da operação remete a um versículo bíblico que diz: “Não há nada escondido que não venha a ser descoberto, ou oculto que não venha a ser conhecido”.

Manteremos nossos leitores informados sobre quaisquer atualizações referentes a essa operação.