O presidente Luiz Inácio Lula da Silva expressou, nesta quinta-feira (8), seu desejo de que o ex-presidente Jair Bolsonaro tenha garantido o direito à presunção de inocência, um tratamento que, segundo ele, não lhe foi concedido durante as investigações da Operação Lava Jato. Em entrevista à rádio Itatiaia, de Minas Gerais, Lula abordou a recente operação da Polícia Federal que envolve Bolsonaro, além de ex-ministros e ex-assessores, enfatizando a importância da investigação e da responsabilização por eventuais erros.
O presidente evitou comentar detalhes da operação policial, classificando-a como sigilosa e de competência judicial e policial. Contudo, mencionou a existência de uma tentativa de golpe e um desrespeito à democracia que, em sua visão, exige uma investigação abrangente. Lula destacou a necessidade de identificar os financiadores dos atos contra a democracia, referindo-se aos eventos do dia 8 de janeiro.
Na operação denominada Tempus Veritatis, a Polícia Federal mira uma organização criminosa acusada de tentar golpe de Estado e de atentar contra o Estado Democrático de Direito. Como parte das ações, Bolsonaro foi intimado a entregar seu passaporte à Justiça.
A entrevista aconteceu em Belo Horizonte, na primeira visita de Lula ao estado após sua vitória nas eleições de 2022. Durante a conversa, ele também comentou sobre a inelegibilidade de Bolsonaro, que foi condenado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por abuso de poder político, ficando impedido de concorrer a cargos eletivos por oito anos.
Lula ainda abordou as próximas eleições presidenciais dos Estados Unidos, minimizando a possibilidade de influência do resultado na política brasileira. Ele reiterou seu compromisso de governar o Brasil, sem se prender aos eventos de 2022, quando, segundo ele, houve tentativas de impedir sua eleição mediante o uso de recursos públicos.