Após a Justiça impedir a criação da CPI do MST, a oposição na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA) já tem um novo alvo: o Planserv. Os deputados estaduais agora querem discutir os serviços prestados pelo plano de saúde dos servidores públicos estaduais.
Essa mudança de foco acontece depois que o governador Jerônimo Rodrigues (PT) ironizou a CPI do MST. Ele chegou a sugerir que a AL-BA investigasse o serviço de limpeza, numa referência à Operação Overclean, que prendeu pessoas ligadas ao União Brasil, principal partido de oposição.
O líder da oposição, Tiago Correia (PSDB), não gostou nada da fala do governador e disse que ele desrespeitou a autonomia da Casa. Segundo Correia, a CPI do MST tinha assinaturas até de parlamentares da base do governo.
Correia ainda provocou, dizendo que se o governador tem denúncias, que as encaminhe ao Ministério Público. E, caso queira participar dos trabalhos na Assembleia, que se candidate a deputado estadual.
Para criar uma CPI na AL-BA, é preciso que 1/3 dos deputados assinem o requerimento. A CPI do Planserv já tinha as 21 assinaturas necessárias e estava pronta para ser protocolada, para investigar os serviços do plano de saúde dos servidores do estado.
Um deputado chegou a comentar que o governador pediu outra CPI e que ele receberia a do Planserv. No entanto, informações mais recentes indicam que pelo menos três nomes já retiraram o apoio à instalação da CPI.
A CPI do Planserv foi protocolada em agosto de 2023 pelo deputado estadual Leandro de Jesus (PL). Ele explicou que tomou essa atitude após receber muitas reclamações dos usuários do plano de saúde, que relatam descaso e serviços ruins.
De acordo com Leandro, as queixas dos beneficiários vão desde a dificuldade para marcar consultas e exames até a falta de atendimento de emergência, o que tem deixado os usuários numa situação complicada e insegura em relação aos serviços de saúde.