“Os parabéns são bonitos, mas não enchem barriga, não garantem emprego nem saúde”, discursa Evinha

PAULO AFONSO- Antes de mais nada, não houvesse a eleição de Evinha (Solidariedade) em 2020, a sessão ordinária da Câmara Municipal, havida mais cedo, seguiria seu rito habitual de tratar o Dia Internacional da Mulher (amanhã 08/03) como uma data exclusiva para render homenagens, flores e bombons a Elas.

Evinha tratou de lembrar que, todas as manifestações de carinhos são bem-vindas e merecidas, mas que diante de políticas públicas excludentes para as mulheres, não servem para nada.

A vereadora elencou vários exemplos das dificuldades enfrentadas pela mulher que vive em Paulo Afonso em ter acesso aos serviços básicos de saúde, a uma melhor e mais adequada capacitação para o mercado de trabalho e, no que tange ao seu universo, mais espaço na vida pública.

“Para as mulheres não funcionam exames fundamentais. Uma parte do equipamento para ultrassom da tireoide está quebrado. São muitas mulheres que sofrem com câncer de tireoide; o mesmo se diga do equipamento para ultrassom mamária – muitas não conseguem fazer o exame das mamas. Quanto custa consertar a máquina, tem uma mulher precisando realizar um ultrassom de abdômen há meses e a criança vai nascer sem ela fazer”, pontuou Evinha.

Kit preventivo falta nos PSFs, segue Evinha: “Cursos solda para mulheres também, por que não?, porque temos que ficar limitadas a cursos de bordar em pano de prato, precisamos de algo que nos garanta o sustento da nossa casa. Hoje são muitas as mães que são arrimos da família.”

O projeto de lei que combate à violência obstétrica de autoria de Evinha foi solenemente ignorado pelo prefeito Luiz de Deus (PSD), recebeu sanção tácita. “Ele não leu, não ligou, esse problema das mulheres não sei… Não deu importância.”

Na sessão de hoje, foi lido outro Projeto de Lei da vereadora para que faça parte da grade curricular das escolas públicas noções básicas da Lei Maria da Penha. “As nossas crianças precisam saber desde cedo que a violência contra a mulher não é algo ‘normal’”.

“Precisamos sair dos parabéns, é muito bonito, e tal, mas não garantem a saúde, não dá a mulher vagas nas creches, não garantem o uniforme escolar dos filhos, é preciso lutar para garantir os direitos das minorias.”

Por assessoria parlamentar/Evinha Oliveira