Um relatório recente da Controladoria-Geral da União (CGU) revelou que quase R$ 2 bilhões em auxílios foram pagos indevidamente pelo governo Jair Bolsonaro a taxistas e caminhoneiros no segundo semestre de 2022. As auditorias identificaram que mais de 356 mil beneficiários receberam parcelas sem ter direito legal aos recursos. As informações foram divulgadas nesta sexta-feira (2).
Os inscritos nos programas de auxílio receberam R$ 1 mil mensais de julho a dezembro de 2022. No entanto, a CGU afirma que o governo incluiu mais de 110.051 beneficiários irregularmente no Auxílio-Caminhoneiro e outros 314.025 no Auxílio-Taxista.
Irregularidades nos auxílios comprometem verba pública
A inclusão desses beneficiários não elegíveis nos programas de auxílio representou 27,3% e 78% do total de beneficiários do Auxílio-Caminhoneiro e Auxílio-Taxista, respectivamente. Isso implica que essas pessoas receberam até R$ 7 mil cada uma sem ter direito ao benefício.
A investigação da CGU está direcionada à identificação e correção dessas falhas na operacionalização dos pagamentos de auxílios. A Controladoria recomenda ao governo duas medidas importantes: uma avaliação, em parceria com a Dataprev, dos pagamentos irregulares, e a tomada de “providências necessárias” para a recuperação desses fundos indevidamente desembolsados.
Tendo em vista a necessidade de ressarcimento aos cofres públicos, fica evidente o desafio à transparência e à eficiência na gestão dos recursos públicos. A atuação da CGU nesse caso ressalta a importância do controle interno e da auditoria governamental na prevenção e detecção de irregularidades que podem comprometer o uso eficiente e efetivo dos recursos públicos.