‘Para livrar Brasil da maldição do aborto’, grupo reza em porta de hospital

Grupo contra aborto faz vigília em frente ao hospital Pérola Byington, em São Paulo

Na porta de um hospital em São Paulo, um grupo de quatro pessoas rezava um rosário em latim. “Livrai-nos da maldição do aborto no Brasil e no mundo inteiro”, repetiam. Sentado entre eles, em um banco de plástico, um padre vestindo batina lilás que puxava, indiferente, um Ave-Maria. As duas mulheres e um rapaz ao seu lado desviavam o olhar para a movimentação no hospital. Mas o imprevisto não atrapalhava a prece em prol da vida, como dava para se ver nos cartazes pregados numa tenda onde estavam todos.

Aquele era o início do 15º dia de uma vigília na porta da unidade de saúde que é referência em atendimento a vítimas de abuso sexual e no serviço de interrupção de gravidez em casos permitidos pela lei. No Brasil, o aborto é permitido a mulheres com risco de morte ou vítimas de estupro, e, ainda, em quadros de anencefalia fetal.

Vida sagrada

Desde 2 março, a campanha “40 Dias Pela Vida” faz uma sentinela na porta do Pérola Byington. Numa tenda armada diariamente, das 10h às 18h, cristãos — de maioria católica — se revezam no plantão de rezas, mobilizando de cinco a 30 participantes, dependendo do dia. Eles defendem que a vida surge no ato da concepção.