“Parece que teve conivência de alguém”, diz Lula sobre fuga de detentos em Mossoró

Presidente Lula aborda fuga de presos em Mossoró, levantando a hipótese de conivência interna. Investigação em andamento.

Durante uma coletiva de imprensa realizada no domingo, 18 de fevereiro, em Adis Abeba, Etiópia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva abordou o recente episódio de fuga de dois detentos da penitenciária federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte. Lula expressou preocupações sobre a possibilidade de haver tido conivência interna que facilitou a evasão dos presos, destacando a necessidade de uma investigação aprofundada para esclarecer os fatos.

O presidente mencionou que a fuga representa a primeira vez que detentos conseguem escapar de uma instalação de segurança máxima no país, sugerindo que isso poderia indicar uma falha ou relaxamento nos protocolos de segurança. A investigação está a cargo da polícia local e da Polícia Federal, visando identificar como os detentos conseguiram realizar a escavação necessária para a fuga sem serem detectados.

“Estamos à procura dos presos, esperamos encontrá-los, e, obviamente, queremos saber como esses cidadãos cavaram um buraco e ninguém viu. Só faltava contratar uma escavadeira. Eu não quero acusar, mas, teoricamente, parece que teve a conivência com alguém do sistema lá dentro. Como eu não posso acusar ninguém, eu sou obrigado a acreditar que uma investigação que está sendo feita pela polícia local e pela Polícia Federal nos indique amanhã ou depois de amanhã o que aconteceu no presídio Mossoró”, declarou Lula.

Rogério da Silva Mendonça, 35 anos, e Deibson Cabral Nascimento, 33 anos, são os nomes dos fugitivos que conseguiram escapar da penitenciária na madrugada de quarta-feira, usando ferramentas das obras da unidade prisional. O esforço para recapturá-los envolve mais de 300 agentes da Polícia Federal, da Polícia Rodoviária Federal (PRF), além de forças estaduais, com o auxílio de três helicópteros e drones.

“É a primeira vez que alguém foge de um presídio [de segurança máxima]. Isso significa que pode ter havido um relaxamento, e nós precisamos saber de quem”, disse o presidente.

A iniciativa para investigar o caso inclui uma sindicância, mencionada por Lula como primeiro sugerida pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski. O ministro viajou a Mossoró no domingo para acompanhar de perto as investigações e reuniões com equipes de busca, tendo encontros agendados com a governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra, e com André Garcia, secretário Nacional de Políticas Penais do Ministério da Justiça, que se encontra na cidade desde quarta-feira.

A Polícia Federal abriu um inquérito para apurar, no âmbito criminal, a possibilidade de envolvimento de indivíduos que possam ter facilitado a fuga dos detentos, reiterando o compromisso das autoridades em elucidar as circunstâncias que permitiram este evento e tomar as medidas necessárias para evitar futuras ocorrências semelhantes.