Paulo Afonso e municípios vizinhos do Território de Itaparica, na Bahia, vão receber a I Festa Literária Estudantil dos Povos Indígenas (FLEPITI) entre os dias 16 e 21 de maio. O evento celebra a cultura dos povos originários com o tema “Memórias Opará, o rio de nossos ancestrais” e contará com uma programação diversificada que envolve literatura, arte, música e tradições indígenas.
Os três primeiros dias da FLEPITI terão formato itinerante, com atividades em aldeias localizadas nos municípios de Rodelas, Glória e Abaré. A partir do dia 19, a programação será concentrada no Colégio Estadual de Tempo Integral de Paulo Afonso (CETIPA), onde será montado o Espaço Aldeia Mãe, dedicado à exposição de artesanato, apresentações culturais e encontros de etnias.
Programação cultural e educativa
A FLEPITI inclui palestras, lançamento de livros, debates literários, oficinas de escrita e arte indígena, cineclube, feira cultural e apresentações musicais e poéticas. Um dos destaques é o lançamento do livro “Truká-Tupan, Textos sobre a Trajetória da Educação”, da professora indígena Eliane Rodrigues da Silva.
A abertura oficial em Paulo Afonso será no dia 19, às 8h, com o Toré, ritual sagrado que reúne etnias do Nordeste. No mesmo dia, às 18h, a cantora e ativista Beatriz Tuxá se apresenta no Espaço Aldeia Mãe.
Exposições e debates
O Pátio Central do CETIPA receberá a mostra fotográfica “Identidade e Memória Indígenas do Território de Itaparica”, com 30 fotos produzidas por estudantes de escolas indígenas. Os autores das três melhores fotos serão premiados.
No dia 21, às 15h, a mesa “As Águas Passam, As Aldeias Ficam: O Sertão do São Francisco é Terra Indígena” contará com o historiador e ativista Edson Kayapó, abordando temas ligados à terra, cultura e direitos indígenas.
Atrações musicais
A programação musical inclui o show do músico Wakay, no dia 20, às 18h. Nascido na aldeia Kariri-Xocó, Wakay é reconhecido por sua conexão com a música ancestral e recebeu o título de Doutor Honoris Causa pela Universidade de Artes Cênicas de Paris.
O encerramento da FLEPITI será no dia 21 com a apresentação da artista Kaê Guajajara, representante da Música Popular Originária (MPO), que traz em suas composições temas políticos e sociais ligados à ancestralidade indígena.
Organização e objetivo
Organizada pela ONG Raso da Catarina, com apoio de instituições como o CETIPA, prefeituras locais, Fundação Pedro Calmon e Governo da Bahia, a FLEPITI tem curadoria de Ezequiel Tuxá e Marielson Carvalho. O evento é aberto ao público e visa promover a valorização da cultura indígena, reforçando a importância da memória, identidade e saberes dos povos originários do Território de Itaparica.
A programação completa pode ser conferida no perfil oficial do evento no Instagram: @flepiti_ba.