A Polícia Federal (PF) lançou uma operação, denominada “Tempus Veritatis”, para investigar uma suposta tentativa de golpe de Estado, implicando o ex-presidente Jair Bolsonaro, ex-ministros de seu governo e figuras militares. O relatório da PF, que deu origem à operação realizada nesta quinta-feira, revela a existência de seis núcleos de atuação dentro do grupo, cada um com funções específicas voltadas para a organização do golpe.
Foram emitidos 33 mandados de busca e apreensão e quatro de prisão preventiva, além de medidas cautelares como a proibição de contato entre os investigados, retenção de passaportes e remoção de cargos públicos. A investigação aponta para a divisão do grupo em núcleos responsáveis por desinformação e ataques ao sistema eleitoral, incitação de militares, suporte jurídico, operações de apoio às ações golpistas, inteligência paralela e um núcleo composto por oficiais de alta patente para influenciar e apoiar as demais frentes.
O núcleo de desinformação focava na produção e disseminação de notícias falsas sobre as eleições presidenciais de 2022, buscando estimular manifestações em frente a quartéis. O núcleo militar tinha como objetivo convencer militares a se juntarem ao golpe, enquanto o jurídico preparava a base legal para as ações. O apoio operacional coordenava logística e financiamento para as manifestações, e o núcleo de inteligência paralela coletava dados para auxiliar nas ações golpistas, incluindo planos para capturar autoridades.
Entre os presos na operação estão Filipe Martins, ex-assessor especial de Bolsonaro; Marcelo Câmara, coronel da reserva; e Rafael Martins, major das Forças Especiais do Exército. Um quarto mandado de prisão, direcionado ao coronel do Exército Bernardo Romão Corrêa Netto, não foi cumprido, pois ele está nos Estados Unidos.
