O presidente da Andrade Gutierrez, Otávio Marques de Azevedo, e quatro executivos que são ou foram ligados à construtora foram indiciados neste domingo pela Polícia Federal (PF) por participação em esquema de corrupção investigado pela operação Lava-Jato.
Além deles, foram indiciados quatro pessoas acusadas de serem os operadores do pagamento de propina a funcionários públicos e políticos. No total, os nove indiciados são acusados por quatro crimes: fraude em licitações, corrupção ativa, lavagem de dinheiro e crime contra a ordem econômica.
Após a entrega desse relatório, o Ministério Público Federal tem cinco dias para analisá-lo e apresentar a denúncia — o que deve acontecer na próxima sexta-feira. Em seguida, o juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal, vai decidir se aceita o pedido do MPF. Se ele aceitar a denúncia, os empreiteiros viram réus e passam a ser formalmente acusados pela prática dos crimes.
Em nota, a Andrade Gutierrez reafirma "que não tem ou teve qualquer relação com os fatos investigados pela Lava-Jato".
Além de Otávio, entrou na lista da PF Elton Negrão de Azevedo Júnior, os dois ainda ligados à empresa e os únicos da lista da Andrade que estão presos. Foram indiciados ainda Rogério Nora de Sá, ex-presidente do grupo, e os executivos Antônio Pedro Campello de Souza, Paulo Roberto Dalmazzo — desligados da empresa.
Do grupo de operadores do esquema da Andrade Gutierrez, foram citados: Flávio Lúcio Magalhães, Mário Goes, Lucélio Goes e Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano. Mário e Fernando Baiano também estão presos em Curitiba, pois já foram citados como operadores de outras empresas.