A Polícia Federal (PF) realizou, neste domingo (23), o interrogatório de nove membros do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência, que foram identificados em gravações do Palácio do Planalto durante os controversos eventos de 8 de janeiro. A medida foi adotada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que supervisiona o inquérito sobre possível negligência de autoridades durante os ataques às instituições dos Três Poderes.
Após determinação de Moraes, o ministro interino do GSI, Ricardo Cappelli, forneceu ao STF a relação dos militares em questão. Entre os envolvidos estão General Carlos Feitosa Rodrigues, Coronel Wanderli Baptista da Silva Junior, Coronel Alexandre Santos de Amorim, Coronel André Garcia Furtado, Tenente-coronel Alex Marcos Barbosa Santos, Tenente-coronel Marcus Vinicius Bras de Camargo, Major José Eduardo Natale de Paula Pereira, Capitão Adilson Rodrigues da Silva e Sargento Laércio da Costa Júnior. A PF investigará se houve participação ou negligência por parte desses militares durante os eventos.
Na sexta-feira (21), Moraes determinou também a divulgação das imagens referentes à invasão ocorrida em 8 de janeiro, até então sob sigilo do GSI. O material foi entregue ao STF neste domingo. A decisão foi tomada após a exibição de vídeos nos quais o ex-ministro do GSI, Gonçalves Dias, aparece em companhia de golpistas. Dias é visto dialogando e andando junto a um grupo de radicais.
Após a veiculação das imagens, Dias renunciou ao cargo, alegando não ter sido negligente e não possuir responsabilidade sobre os atos. Ele afirmou que sua intenção era retirar manifestantes do terceiro e do quarto andar do Planalto e conduzi-los ao segundo andar, onde seriam detidos.
Anteriormente, o GSI havia recusado todos os pedidos de liberação das imagens com base na Lei de Acesso à Informação (LAI). No entanto, o ministro do STF contrapôs que o argumento do órgão não se aplica às gravações da invasão à Praça dos Três Poderes e enfatizou a importância da publicidade e transparência neste caso. Ele destacou que não há razão para manter a proibição de divulgação das imagens relacionadas ao ataque à democracia ocorrido em 08/01/2023.