A recente polêmica em torno da 123 Milhas, uma reconhecida empresa no setor de turismo, tem dominado as manchetes. Os sócios da companhia estão agora buscando intervenção do Supremo Tribunal Federal (STF) após uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara dos Deputados decidir pela quebra de seu sigilo. Mas, o que levou a esse tumulto?
123 Milhas sob escrutínio após cancelar pacotes ‘Promo’
Em uma movimentação abrupta, a 123 Milhas, gerida pelos irmãos Ramiro Julio Soares Madureira e Augusto Julio Soares Madureira, juntamente com Cristiane Madureira do Nascimento, suspendeu e cancelou passagens aéreas e pacotes turísticos de sua linha promocional ‘Promo’ no dia 18 de agosto. Estas viagens, muito esperadas pelos clientes, estavam previstas para ocorrer entre setembro e dezembro deste ano.
Como uma forma de compensar os clientes afetados, a 123 Milhas propôs uma solução: um voucher com correção de 150% do CDI, válido por 36 meses e a ser usado no próprio site. Entretanto, defensores dos direitos do consumidor levantaram questões sobre a legalidade desta oferta.
Alegações de pirâmide financeira?
A CPI, em seu papel de investigar esquemas de pirâmide financeira relacionados a criptoativos, voltou seu olhar para a 123 Milhas. Isso trouxe os sócios da empresa para o centro das atenções, sendo convocados a depor sobre o modelo de negócios da companhia.
Por sua vez, a defesa da empresa rechaçou veementemente as alegações, afirmando que a 123 Milhas “não tem cabimento a suspeita de que os negócios da 123 Milhas envolvam pirâmide financeira”. Os representantes legais da companhia argumentam que ela “não presta serviços financeiros e nem sequer os pacotes vendidos tinham caráter de investimentos financeiros”. Segundo eles, o foco é exclusivamente no turismo.
Em mais detalhes, a defesa esclareceu que a linha ‘Promo’, que causou toda a agitação, constitui apenas 10% dos embarques realizados pela 123 Milhas este ano e foi concebida como uma “estratégia de fortalecimento da marca e fidelização dos clientes”.