Na manhã desta quinta-feira (25), a Polícia Federal realizou buscas em diversos endereços ligados a suspeitos de envolvimento em um esquema de espionagem ilegal na Agência Brasileira de Inteligência (Abin). A operação, denominada Vigilância Aproximada, teve como foco a investigação de atividades de monitoramento ilegal de autoridades públicas e cidadãos, realizadas durante o governo de Jair Bolsonaro (PL).
Um dos principais locais inspecionados foi a residência funcional do deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-diretor-geral da Abin. Na ação, foram apreendidos seis celulares, quatro notebooks, 20 pen-drives e diversos documentos. Entre os itens confiscados, um notebook e um celular ainda eram propriedade da Abin, levantando questionamentos, já que Ramagem não possui mais vínculos oficiais com a agência.
Além dos dispositivos eletrônicos, documentos relacionados à Abin também foram encontrados tanto na residência quanto no gabinete de Ramagem na Câmara dos Deputados. A operação estendeu-se à apreensão de computadores e documentos adicionais, incluindo aqueles usados por seus assessores, com informações sobre a Abin e a operação First Mile, focada no uso potencialmente irregular do sistema de monitoramento pela agência.
Alexandre Ramagem, que foi delegado da Polícia Federal em 2005, teve uma nomeação controversa pelo então presidente Jair Bolsonaro para chefiar a PF, a qual foi barrada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Em 2022, Ramagem foi eleito deputado federal pelo estado do Rio de Janeiro.
A operação Vigilância Aproximada segue em andamento, visando esclarecer as dimensões e os envolvidos no esquema de espionagem ilegal.