Nos bastidores políticos do Brasil, uma recente declaração do diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, sobre a possibilidade de prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro em relação ao caso das joias, gerou intensa controvérsia. A repercussão foi imediata, e a oposição acusa que tal pronunciamento abre margem para politização do caso e suscita questionamentos sobre a independência das instituições.
Em entrevista ao UOL na sexta-feira (25), Andrei Rodrigues afirmou que, embora não esteja a par dos detalhes da investigação, existe base legal para uma eventual prisão preventiva de Bolsonaro. No entanto, essa afirmação foi recebida com ceticismo por aliados do ex-presidente, que alegam que isso denota um possível aparelhamento da Polícia Federal.
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) foi um dos primeiros a reagir, solicitando a prisão do diretor-geral por suposto abuso de autoridade. De acordo com ele, a declaração de Rodrigues parece ser mais uma demonstração de afinidade com o ministro da Justiça, Flávio Dino, do que um posicionamento técnico. Para Flávio Bolsonaro, tal atitude insinua que a corporação policial foi instrumentalizada para perseguir adversários políticos.
Rogério Marinho (RN), líder do PL no Senado, também se manifestou sobre o assunto, apontando possíveis abusos de autoridade na fala do diretor-geral. Ele argumentou que a antecipação pública de indícios de corrupção por parte de um agente do Estado prejudica o princípio republicano e interfere indevidamente nas investigações em curso.
Até mesmo o ex-juiz da Operação Lava Jato e atual senador Sergio Moro (União Brasil-PR) fez questão de expressar sua crítica em relação às declarações de Rodrigues. Moro destacou que não vê justificativa para uma prisão preventiva do ex-presidente Bolsonaro, comparando com o caso do ex-presidente Lula, que foi preso após ser julgado. Além disso, ele frisou que o tema da prisão cabe aos delegados encarregados da investigação, não à direção da Polícia Federal.