O maior bloco político da Câmara dos Deputados está prestes a ganhar forma. Em uma decisão unânime, o Progressistas (PP) aprovou, na última terça-feira (18), o avanço das negociações para a criação de uma federação partidária com o União Brasil. Se concretizada, a aliança resultará em um grupo com 109 deputados federais e 13 senadores, consolidando um poder sem precedentes no Congresso Nacional.
Uma união estratégica e bilionária
A federação entre PP e União Brasil promete mais do que números expressivos. Com um fundo eleitoral estimado em quase R$ 1 bilhão e mais de dois minutos de tempo de propaganda em rádio e televisão, o bloco será uma força decisiva nas eleições municipais de 2024 e na corrida presidencial de 2026. A presidência da federação será rotativa, com mandato inicial sob o comando do ex-presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL).
Além disso, a federação terá impacto direto na distribuição de diretórios estaduais. A divisão seguirá critérios proporcionais, com nove estados sob controle do PP, nove sob o União Brasil e outros nove em acordo entre as siglas. Essa estrutura visa garantir equilíbrio e evitar disputas internas que possam enfraquecer a aliança.
O que está em jogo?
Enquanto o PP já deu sinal verde para a união, o União Brasil ainda delibera internamente sobre os termos do acordo. A decisão final deve ser anunciada nesta sexta-feira (21). Apesar do consenso entre lideranças nacionais, há resistências regionais dentro do União Brasil, especialmente em estados onde as duas siglas competem diretamente por espaço político. Para alguns líderes do União Brasil, como Delegado Waldir, é essencial que a federação fortaleça ambas as partes sem comprometer projetos estratégicos, como uma possível candidatura presidencial do governador Ronaldo Caiado.
Impacto no cenário político
Caso aprovada, a federação ultrapassará o PL, atual maior bancada da Câmara e partido de Jair Bolsonaro. Além disso, a aliança reforçará a posição da centro-direita no cenário político nacional. Segundo Ciro Nogueira, presidente do PP, a federação será crucial para as próximas eleições presidenciais e tende a apoiar candidatos alinhados à centro-direita.
A criação dessa “superfederação” também marca um novo capítulo na política brasileira. Diferentemente das coligações tradicionais, que se encerram após as eleições, as federações partidárias exigem atuação conjunta por pelo menos quatro anos. Isso significa que PP e União Brasil atuarão como uma única sigla em todo o país, compartilhando recursos e estratégias.
Próximos passos
Com a decisão do União Brasil prevista para hoje, os próximos dias serão cruciais para definir os rumos dessa aliança histórica. Caso aprovada, a formalização junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) deve ocorrer já na próxima semana. Até lá, os bastidores políticos seguem movimentados enquanto líderes das duas siglas ajustam os últimos detalhes.