O presidente da Andrade Gutierrez, Otávio Marques de Azevedo, ficou em silêncio durante seu interrogatório na Justiça Federal, do Paraná, na manhã desta sexta-feira, 13.
O executivo está preso preventivamente desde 19 de junho deste ano, quando foi capturado na Operação Erga Omnes, 14ª etapa da Operação Lava Jato. Ele é acusado de corrupção e lavagem de dinheiro em contratos da Andrade Gutierrez com a Petrobras. “Senhor juiz Sérgio Moro, eu queria rapidamente só fazer um agradecimento a minha família, que nesses 150 dias me suportou, me apoiou, meus familiares, meus amigos. E dizer que, por orientação dos meus advogados, eu vou permanecer em silêncio”, afirmou Otávio Marques de Azevedo.
Dois executivos ligados à Andrade Gutierrez também se calaram diante do juiz Sérgio Moro, que conduz as ações da Lava Jato na primeira instância. Paulo Dalmazzo foi citado, nas declarações do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa e dos executivos Augusto Mendonça e Marcos Berti, como um dos executivos da Andrade Gutierrez responsável por representá-la nas reuniões do cartel instalado na estatal petrolífera.
O esquema de corrupção e propinas foi desbaratado pela força-tarefa da Lava Jato. “Apesar de os fatos imputados a minha pessoa não fazerem relevância, porque eu nem na companhia estava por orientação da minha advogada eu reservo o direito de ficar em silêncio”, declarou o executivo. Segundo a denúncia da Procuradoria da República, o dono da UTC, Ricardo Pessoa, um dos delatores do esquema, realizava e coordenava as reuniões do ‘clube vip’ de empreiteiras cartelizadas.
As reuniões teriam ocorrido, em sua maioria, nas sedes da própria UTC, em São Paulo e no Rio de Janeiro, na sede da Queiroz Galvão e da Andrade Gutierrez.