Connect with us

Cenário Político

Programa de distribuição de absorventes beneficia mais de 210 mil na Bahia

Mais de 210 mil pessoas em vulnerabilidade na Bahia são beneficiadas com absorventes gratuitos, destacando a importância da saúde menstrual.

Avatar De Redação Portal Chicosabetudo

Publicado

em

Foto: Jerônimo Gonzalez/MS

Na Bahia, o Programa de Proteção e Promoção da Saúde e Dignidade Menstrual já beneficiou cerca de 210.639 pessoas em condições de vulnerabilidade socioeconômica, entre 10 e 49 anos, com a distribuição gratuita de absorventes. A Secretaria de Políticas Públicas para Mulheres (SPM) do estado, responsável pelo projeto, destaca a importância do programa para as mulheres, assim como a necessidade de expandir o alcance do serviço.

Zulmira Lima, uma autônoma de 49 anos que sofre de mioma – condição que provoca um fluxo menstrual anormalmente intenso – elogia a iniciativa. “Como tenho mioma, uso muitos absorventes. Se tivesse que comprar todos, seria um custo muito alto. Essa economia já me ajuda com outras coisas”, comenta.

Para receber os absorventes, é necessário atender a alguns critérios: estar inscrita no CadÚnico, ter renda familiar mensal de até R$218,00, ser estudante de baixa renda da rede pública ou estar em situação de rua. As beneficiárias devem apresentar um documento de identificação e uma autorização nas farmácias credenciadas. Esta autorização é emitida pelo aplicativo ‘Meu SUS Digital’, uma nova versão do Conecte SUS, já disponível para download.

Atualmente, a Bahia possui 1.196 farmácias cadastradas no programa, distribuídas em 339 municípios. A SPM-BA, em parceria com a Secretaria de Educação (SEC), também realiza a distribuição de absorventes nas escolas.

Elisangela Araújo, Secretária de Política para as Mulheres do Estado da Bahia, ressalta a relevância do programa. “É um serviço que realmente traz dignidade para essas pessoas que menstruam, especialmente para meninas e adolescentes, pois é uma mudança corporal que necessita de cuidados específicos”, explica.

Para aqueles que encontram dificuldades no uso do programa, é possível obter ajuda na Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima. Os profissionais da unidade podem oferecer orientações e, se necessário, imprimir a autorização do Programa Dignidade Menstrual.

Luzia Santos, pedagoga e presidente do coletivo de mulheres “As Pretas Falam”, enfatiza que a pobreza menstrual é uma questão que não pode ser ignorada. “Para a população mais vulnerável, a pobreza menstrual é um problema ainda maior, porque há outras prioridades financeiras, e muitas vezes os absorventes são deixados de lado. O custo é significativo, pois é um item de uso diário, às vezes múltiplas vezes por dia”, explica.

Apesar de elogiar o programa, Luzia critica a limitação de idade máxima de 49 anos. “Essa idade é irreal. Mulheres com 50, 52 anos ainda menstruam. Eu sou um exemplo vivo, pois só parei de menstruar aos 53”, argumenta.

Elisangela Araújo explica a razão da limitação etária. “Estamos falando de uma política pública em larga escala. É claro que existem exceções, mas são raras as mulheres que menstruam após os 50 anos. Normalmente, trata-se de problemas hormonais que requerem outros cuidados”, afirma. Ela também reforça que a pasta busca ampliar o número de farmácias no programa e divulgar mais o serviço para alcançar mais pessoas.

Mais Lidas