Nesta terça-feira (15), a Organização das Nações Unidas (ONU) apresentou um relatório que detalha crimes de lesa humanidade cometidos pelo regime de Nicolás Maduro na Venezuela. Essa definição de crimes está alinhada ao direito internacional, pois envolve “atos intencionais realizados como parte de um ataque amplo ou sistemático a uma população civil”.
O relatório aponta que, no contexto das eleições presidenciais de julho, houve uma série de agressões, incluindo a morte de 25 manifestantes em protestos, além de muitos feridos e milhares de prisões arbitrárias. Todas estas ações ocorreram enquanto a população tentava expressar seu direito à liberdade de expressão.
De acordo com a ONU, as violações também se caracterizam por discriminação, o que as transforma no crime de perseguição política fundamentada na identidade das vítimas. O documento ainda ressalta a continuidade e a escalada de abusos perpetrados pelo governo, forças de segurança e grupos armados que são favoráveis a Maduro. Uma versão anterior do relatório, lançada em setembro, já havia indicado uma intensificação na repressão a opositores depois das eleições. María Corina Machado, líder da oposição, afirmou que o documento é crucial no processo de isolar o regime e para a luta por justiça internacional.