A revista britânica The Economist dedicou uma análise ao cenário sucessório do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em sua edição mais recente. Com quase 80 anos e após passar por cirurgias no cérebro em 2022, Lula enfrenta questões de saúde que levantam dúvidas sobre sua candidatura em 2026. A publicação ressalta que o Partido dos Trabalhadores (PT) carece de uma liderança consolidada para dar continuidade ao legado do presidente.
Entre os nomes considerados dentro do PT, Rui Costa, ministro da Casa Civil e ex-governador da Bahia, é citado como uma possibilidade. Apesar de sua experiência política, o baiano enfrenta o obstáculo de um baixo reconhecimento nacional. Outro nome mencionado é o do ministro da Educação, Camilo Santana, que enfrenta dificuldades semelhantes. Fernando Haddad, ministro da Fazenda, é apontado como uma alternativa pragmática, mas sua postura fiscal rígida e perfil acadêmico afastam parte da base petista, tornando-o menos atrativo.
A revista também observa alternativas fora do PT. O deputado Guilherme Boulos, do PSOL, e a deputada Tabata Amaral, do PSB, representam uma nova geração de líderes de esquerda. Entretanto, ambos não conseguiram consolidar apoio em âmbito nacional. Tabata, de 31 anos, também está inelegível para a eleição presidencial de 2026, já que a idade mínima para o cargo é de 35 anos.
A análise conclui que, se Lula não for candidato, a esquerda brasileira pode enfrentar uma fragmentação política. Isso enfraqueceria o PT, que correria o risco de ser reduzido a uma força periférica. A dificuldade em encontrar um sucessor capaz de unificar o eleitorado reflete os desafios da renovação na política brasileira, especialmente em um cenário de crescente polarização.