Antes de sua potencial detenção pela Polícia Federal, Jair Bolsonaro (PL) pode enfrentar medidas cautelares impostas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes. Segundo juristas consultados, devido ao risco de fuga, o ex-presidente poderia ter que usar uma tornozeleira eletrônica enquanto está sob investigação do STF.
A imposição da tornozeleira seria uma ação preliminar, antes de qualquer solicitação de prisão. Juristas argumentam que uma prisão preventiva de Bolsonaro neste momento poderia, paradoxalmente, beneficiá-lo, intensificando alegações de que está sendo perseguido politicamente.
Conforme os procedimentos, Bolsonaro só seria detido após um julgamento pelo Supremo. Antes disso, ele necessita ser formalmente acusado pela Procuradoria-Geral da República e ter a prisão aprovada unanimemente pelos ministros do STF.
Um episódio notável envolvendo Bolsonaro foi sua presença na embaixada da Hungria, capturada por câmeras de segurança, onde supostamente buscou asilo político, conforme reportou o New York Times. Esta tentativa é vista com suspeitas e poderia influenciar decisões judiciais futuras.
A defesa de Bolsonaro sustenta que as visitas à embaixada tinham como objetivo estabelecer contatos diplomáticos, destacando que o ex-presidente mantém relações com líderes internacionais para discutir interesses nacionais.
Em precedente relevante, o ministro Alexandre de Moraes já avaliou pedidos de asilo como justificativa para manter a prisão preventiva, como no caso do ex-deputado Daniel Silveira (PTB-RJ) em agosto de 2021. Nessa ocasião, Moraes interpretou as tentativas de asilo como um indicativo de risco de fuga, reforçando a manutenção da custódia do político.