A atenção que a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro tem recebido junto ao PL incomoda o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e cria uma rivalidade familiar. O PL almeja atrair mulheres para o partido e conta com Michelle para a missão, contudo, os planos da cúpula da legenda sofrem resistência dos enteados.
Antes o principal problema era o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), mas o senador também não dá respaldo à evolução da madrasta. Parentes dizem que Flávio Bolsonaro se sente “ofuscado” quando acompanha as conversas envolvendo a figura da ex-primeira-dama, já que ela costuma comparecer aos eventos.
Um ocorrido que é relatado entre membros do partido se deu no jantar entre parlamentares do grupo político com Valdemar Costa Neto, líder do PL, logo antes da eleição para a presidência do Senado. O evento era uma forma de apoio ao senador Rogério Marinho que concorria para o cargo comandante da Casa.
O ex-ministro e ex-candidato à vice-presidente Walter Braga Netto levou Michelle ao jantar. Flávio disse, na mesa, que Michelle “nunca será” candidata, ao ver a madrasta no jantar e ouvir os comentários sobre uma possível candidatura. Depois, ele saiu do jantar. Ele justificou a saída para a colunista Bela Megale do jornal O Globo, alegando que havia “pessoas para receber em casa”. No entanto, a explicação não convenceu os mais próximos.
O partido vai realizar um evento este mês, em Brasília, com o objetivo de apresentar a Michelle como a presidente do PL Mulher. Pessoas que conversaram com integrantes do PL e da família Bolsonaro revelaram à coluna que o evento é planejado com cautela porque Michelle ainda não se sente à vontade para assumir uma posição formal na política, mas também para que não ocorram conflitos familiares. A legenda tem planos de uma série de viagens pelo território nacional a partir de maio, começando pelos locais onde Bolsonaro teve mais votos no Sul e no Centro-Oeste..