O presidente Lula determinou que o atual ministro da Casa Civil e ex-governador da Bahia, Rui Costa, “enquadre” o partido do ex-prefeito de Salvador, ACM Neto (União Brasil), no Congresso. A ordem é para que a legenda entregue votos e não apoie a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que pretende investigar os atos golpistas do dia 8 de janeiro em Brasília.
O União Brasil, que além de três ministérios (Turismo, Comunicações e Integração), possui outros cargos em importantes órgãos no governo, como o Departamento Nacional de Obras contra a Seca (Dnocs) e a Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco (Codevasf), pode ver a chance de novos cargos no segundo escalão se esvair caso não esteja alinhado com as pautas do governo. Além disso, os atuais ocupantes dos postos podem perder espaço.
Além de Rui Costa, o chefe do Executivo determinou a mesma atribuição ao ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha. Por sua vez, dentro do União Brasil, a dificuldade é garantir o voto das bancadas na Câmara e no Senado. Enquanto alguns parlamentares têm mostrado disposição a aderir ao governo Lula, há outros congressistas mais comedidos, preferindo negociar votação a votação e tendo os respectivos ganhos a cada vez que o governo precisar.
A estratégia do mandatário é importante para garantir a governabilidade e a aprovação de projetos do governo no Congresso Nacional. A reportagem destaca que, em um momento de polarização política, a habilidade de Lula em articular acordos é fundamental para o sucesso do governo.