Rui diz que PMs mortos têm pouca repercussão e reafirma presunção de inocência de policiais

O governador Rui Costa (PT) manteve-se esquivo, nesta quinta-feira (21), ao comentar o inquérito do Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA) que tratou como “execução sumária” a morte de 12 pessoas no bairro do Cabula durante ação de nove policiais militares, no começo de fevereiro.

 Durante a cerimônia em que recebe a Comenda Ministro Coqueijo Costa, da Ordem do Mérito Judiciário do Trabalho da Bahia, Rui disse que prefere aguardar a conclusão do inquérito da Polícia Civil, antes de falar sobre o caso do Cabula. “Eu só me manifestarei quando houver a conclusão do inquérito da Polícia Civil. E vou comparar os dois inquéritos, do Ministério Público e da PM, e em cima desse relatório eu vou me manifestar”, afirmou o governador, ao lamentar a morte de um policial militar nesta quinta. “Confesso que fico triste com a pouquíssima repercussão ou preocupação – em muitos órgãos de direitos humanos inexiste a preocupação – quando quem vem a óbito é um policial militar. Às vezes o foco é exclusivamente – a minha crítica vai para o exclusivamente – quando o óbito acontece com uma pessoa que está envolvida com algum ato criminal. Mas quando é com um policial, infelizmente não há a mesma indignação que há. Eu quero manifestar toda a minha indignação tanto quando há a morte de um policial quanto de qualquer pessoa, civil”, comentou.

Foto Arquivo

Segundo Rui, desde o primeiro momento, quando teve acesso a informações sobre o episódio no Cabula, acionou o Ministério Público para acompanhar o caso. O governador, que, num primeiro momento, comparou os policiais envolvidos na situação com artilheiros, prestes a marcar um gol, reafirmou uma ação policial firme, porém dentro dos limites legais. “Repito: nós vamos de um lado manter uma ação policial firme. Eu sempre defenderei a presunção da inocência dos policiais. Em cada caso onde for apurado a culpa, eles vão responder à Justiça. Só reafirmo a minha posição clara e objetiva que eu defendo a atuação da polícia dentro da lei. E, portanto, todo e qualquer episódio que houver perda de vida humana”, repetiu. Para Rui, os resultados dos inquéritos da Polícia Civil e do Ministério Público podem ser coincidentes ou divergentes, porém “o juiz vai definir o que está mais perto da realidade”.

Fonte: Bahia Notícias