“Sem querer”: Bolsonaro explica compartilhamento de vídeo polêmico sobre eleições

O ex-presidente Jair Bolsonaro prestou depoimento à Polícia Federal nesta quarta-feira (26), afirmando ter compartilhado “sem querer” um vídeo que questionava as eleições de 2022. O depoimento faz parte do inquérito do Supremo Tribunal Federal (STF) que investiga os atos golpistas ocorridos em 8 de janeiro deste ano. Bolsonaro chegou à sede da PF, em Brasília, por volta das 8h50, acompanhado de sua defesa, e deixou o local cerca de duas horas e meia depois.

O ex-mandatário foi chamado para prestar depoimento após publicar uma mensagem em suas redes sociais no dia 11 de janeiro, que colocava em dúvida o sistema eleitoral brasileiro. Os investigadores avaliam que essa postagem pode ter incentivado os atos de invasão aos prédios dos três poderes da República ocorridos três dias antes.

Durante o depoimento, Bolsonaro afirmou que compartilhou o vídeo “sem querer”, sem explicar como isso ocorreu. Ele também negou qualquer envolvimento nos atos golpistas, ressaltando que sempre defendeu a democracia e a liberdade de expressão.

O inquérito sobre os atos golpistas está em andamento e deve ouvir outras pessoas envolvidas. A Procuradoria-Geral da República (PGR) já havia solicitado o depoimento de Bolsonaro enquanto ele ainda estava nos Estados Unidos, onde ficou por três meses após deixar a Presidência. Com sua volta ao Brasil no final de março, o ministro do STF, Alexandre de Moraes, determinou a marcação da audiência.

A questão da segurança das eleições de 2022 é um tema delicado e sensível no atual cenário político brasileiro. Jair Bolsonaro já havia feito diversas declarações polêmicas sobre o assunto, levantando suspeitas sobre a lisura do processo eleitoral. Especialistas alertam que essa retórica pode minar a confiança da população nas instituições democráticas e incentivar atitudes antidemocráticas.

O depoimento dado pelo ex-presidente à Polícia Federal é um importante passo nas investigações sobre os atos golpistas de janeiro e na busca por esclarecimentos sobre o envolvimento de pessoas públicas nos mesmos. Resta agora aguardar os desdobramentos das investigações e a continuidade das apurações pelo STF.